Três Décadas Sem Kurt Cobain: O Último Grande Ídolo do Rock´n´roll

No dia 5 de abril de 1994, Kurt Cobain, o último grande ídolo do rock´n´roll, cometeu suicídio aos 27 anos.

 

A trágica e prematura morte de Cobain deixou uma marca indelével na indústria musical e em inúmeros fãs ao redor do mundo. Três décadas depois, o seu legado continua a ressoar, inspirando novas gerações e moldando o curso da história da música.

 

Podemos dizer que o Nirvana ainda é a última grande banda de classic rock. Mas não apenas por causa de suas conquistas icônicas – mais visivelmente, destronando Michael Jackson do primeiro lugar nas paradas dos EUA e tornando o chamado rock alternativo hegemônico no início dos anos 1990 – ou mesmo porque seu vocalista se matou com um tiro quando tinha apenas 27 anos.

 

Tenho certeza de que a forma como Kurt faleceu tem um certo apelo para algumas pessoas, mas não é um componente-chave do legado do grupo”, explica o crítico musical Michael Azarrad, autor de Come As You Are: The Story of Nirvana e co- produtor do documentário Kurt Cobain: About A Son (2006).

 

“Mesmo quando o Nirvana existia, todos sabiam que eles seriam lendários. Eles eram uma ótima banda que tocava ótimas músicas que evocavam sentimentos profundos, poderosos e complicados que ninguém havia articulado antes. Esse tipo de coisa tende a durar.”

 

A ascensão do Nirvana e a redefinição do rock alternativo

Kurt Cobain estourou no cenário musical no final dos anos 1980 com a formação do Nirvana, banda que se tornaria sinônimo do movimento grunge e redefiniria o som do rock alternativo. Com os vocais crus e cheios de angústia de Cobain, letras introspectivas e riffs de guitarra corajosos, a música do Nirvana falou a uma geração desiludida com os desafios sociais e econômicos da época.

 

O Nirvana se destacou como a força líder entre as bandas grunge de Seattle da época.

 

O biógrafo de Kurt Cobain, Charles R. Cross, escreveu que poucos músicos de Seattle “estiveram tão ligados a Seattle na mente do zeitgeist popular quanto Kurt Cobain“. O Nirvana se destacou como a força líder entre as bandas grunge de Seattle da época, que também incluíam Pearl Jam, Soundgarden e Alice in Chains, que alcançariam sucesso comercial com seus discos mais vendidos.

 

O álbum inovador da banda, “Nevermind“, lançado em 1991, catapultou-os para a fama internacional. Apresentando faixas icônicas como “Smells Like Teen Spirit”, “Come as You Are” e “Lithium”, o álbum ressoou com os ouvintes e impulsionou o Nirvana para a vanguarda da cena musical. A habilidade de composição de Cobain e a incrível habilidade de canalizar emoções cruas em sua música tocaram milhões de pessoas, consolidando o status do Nirvana como uma das bandas mais influentes da época.

 

Os demônios e desafios de Cobain

Ao longo da ascensão do Nirvana, Kurt Cobain lutou com profundos demônios pessoais, incluindo problemas crônicos de saúde e vícios, impactando profundamente sua vida e carreira. Suas lutas bem documentadas contra a depressão e o abuso de substâncias despertaram preocupação dos fãs e da mídia, apesar das tentativas de reabilitação. 

 

O seu falecimento serviu como um forte lembrete do impacto devastador do vício e dos problemas de saúde mental, provocando uma onda de pesar por parte dos fãs e colegas músicos, sublinhando a importância de enfrentar estes desafios com compaixão e compreensão.

 

 

O impacto da morte de Kurt Cobain e a influência do “Clube dos 27”

A morte de Cobain aos 27 anos não apenas o juntou ao infame “27 Club”, mas também repercutiu no mundo da música, provocando luto generalizado. Este grupo, que inclui figuras icônicas como Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison e, mais recentemente, Amy Winehouse, gerou discussões sobre fama, vício e as lutas pelo brilho artístico.

 

A inclusão de Cobain no Clube 27 solidificou ainda mais seu status como ícone cultural, imortalizando-o ao lado de outros músicos lendários que tiveram fins trágicos na mesma idade.

 

Sua morte serve como um lembrete comovente da fragilidade da vida e do lado sombrio da fama, ao mesmo tempo que gera discussões sobre saúde mental, vício e as pressões enfrentadas pelos artistas em destaque.

 

A influência de Kurt Cobain na música e na cultura

Apesar da sua vida tragicamente curta, a música de Cobain continuou a ressoar entre ouvintes de todas as idades, transcendendo fronteiras geracionais.

 

Além disso, o legado de Cobain vai além de suas contribuições musicais. Ele desafiou as noções convencionais de masculinidade e fama, abraçando sua autenticidade e vulnerabilidade de uma forma que ressoou com fãs em todo o mundo. Sua defesa de questões sociais, incluindo os direitos LGBTQ+ e os direitos das mulheres, tornou-o ainda mais querido pelo público e solidificou seu status como um ícone cultural.

 

 

A influência de Cobain na moda também persiste, com o icônico logotipo e imagens do Nirvana adornando inúmeras camisetas e mercadorias. A estética da banda, caracterizada por uma mistura de grunge, punk e espírito DIY, continua a inspirar tendências da moda e cultura streetwear.

 

 

Desde a morte de Cobain, músicos de vários géneros, do rock e alternativo ao pop e hip-hop, reconheceram o seu impacto nas suas jornadas artísticas. O renomado rapper Jay-Z observou que o Nirvana e a popularidade generalizada do grunge na década de 1990 impediram a ascensão do hip-hop na cultura dominante.

 

RELACIONADO: Chad Channing: A História e Importância Para o Nirvana

 

Bandas como Foo Fighters, formada pelo baterista do Nirvana, Dave Grohl, deram continuidade ao legado de Cobain, enquanto artistas como Billie Eilish e Lana Del Rey o citaram como uma grande influência em seu trabalho.

 

O impacto do Nirvana persistiu e expandiu-se para além dos limites da música rock nos trinta anos que se seguiram à morte de Cobain, deixando uma impressão indelével em diversos géneros musicais e esferas culturais mais amplas. Particularmente digna de nota foi a hipnotizante transmissão ao vivo do tributo ao Nirvana do rapper Post Malone , que recebeu ampla aclamação durante as fases iniciais da pandemia de COVID-19. Além disso, em 2022, a faixa “Something in the Way” do Nirvana, do icônico álbum “Nevermind”, ressurgiu, em parte graças à sua aparição proeminente no trailer do tão aguardado filme de grande sucesso “The Batman”.

 

Embora a sua morte prematura tenha deixado um vazio no mundo da música, o seu legado continua vivo através do poder duradouro da sua arte e do profundo impacto que continua a ter nos ouvintes de todo o mundo.

 

Em entrevista à Associated Press comemorando o 20º aniversário da morte de Cobain, o lendário músico Neil Young, uma influência significativa no movimento grunge, revelou que ficou profundamente impactado pela morte de Cobain. Neil Young revelou que ficou tão comovido com a tragédia que gravou o álbum “Sleeps With Angels”. Ele ainda reflete sobre o que poderia ter acontecido se ele tivesse conseguido falar com Cobain antes de sua morte prematura.

 

“Bem, você sabe, é uma coisa difícil de lidar”, disse Young. “Acho que Kurt se sentiu demais. Acho que é triste que ele não tivesse ninguém com quem conversar que pudesse ter conversado com ele e dito: ‘Eu sei o que você está passando, mas não é tão ruim. não é ruim. Apenas pisque e isso desaparecerá. Tudo ficará bem. Você tem muitas outras coisas para fazer. Por que não faz uma pausa? Não se preocupe com todos esses filhos da puta que querem que você faça toda essa merda que você não quer fazer. Apenas pare de fazer tudo. Diga a eles para se foderem e ficarem longe.’ É isso. Isso é o que eu teria dito a ele se tivesse a chance. E quase tive uma chance, mas isso não aconteceu.”

 

Apesar das frustrações, Kurt Cobain teve uma carreira muito valiosa,  tornando-se um ícone entre o principais rockstars de todos os tempos, seja pela sua música, atitude ou pela sua vida pessoal. O músico é considerado um dos 100 Maiores Guitarristas de Todos Os Tempos, de acordo com a Rolling Stone, eternizando seu legado na história do rock e gerando um incontável número de fãs até os dias de hoje.

 

A Associated Press contribuiu para esta história. 

 

Leia também:

Super Over: banda brasileira com influências do Grunge anuncia retorno aos palcos

Você que gosta de Grunge e de sonoridade underground, agora tem mais uma boa notícia para comemorar: a banda de Grunge e Rock Alternativo do interior de São Paulo chamada Super Over anunciou retorno aos palcos depois de um hiato de alguns anos.

 

Quer saber um pouco mais sobre? Bata clicar abaixo!

 

 

O retorno da Super Over já tem dia e horário marcados: hoje (05), no Zuka Rock Bar em São Carlos – SP ao lado da banda Ubelina 69. Na semana que vem, sábado dia 13, no QG dos Mamíferos em Araraquara – SP a banda também sobe ao palco ao lado da própria banda Mamíferos. Para mais detalhes, só seguir a Super Over nas redes sociais.

 

A banda é formada por Fábio Over (guitarra e voz), Rodrigo Over (bateria) e André Over (baixo). Unidos pela amizade e cumplicidade ao rock, o trio constrói uma energia pura de bons momentos, tocando sempre alto e em bom som.

 

Super Over possui um álbum lançado em 2016 com o nome de Sistema Contrário (2016). O primeiro trabalho autoral da banda conta com 8 faixas: Sistema ContrárioDia de DomingoDesabafoTarde de SolThe Fucking GrungeCegosEm Todo o Mesmo e Esquema. Agora, com o retorno em 2024, o power trio já promete trabalho novo autoral.

 

O momento mais marcante da banda foi o lançamento do videoclipe chamado Desabafo. O trabalho rendeu muitos frutos para a banda, que teve sua música sendo tocada a nível nacional pela Rádio 89 FMA Rádio Rock, graças ao sucesso do trabalho de vídeo.

 

Abaixo confira a música e o ótimo videoclipe de Esquema, ótima música da banda Super Over.

 

 

As influências mais marcantes para a banda vêm do Grunge dos anos 90. As bandas de Seattle trouxeram um Rock Alternativo bem diferente do que havia sido feito na década anterior pelas bandas de Hard Rock e Glam Rock e é essa atitude, sonoridade e agressividade que a Super Over traz em seu trabalho.

 

As músicas apresentam uma sonoridade agressiva e agitada, sem deixar de ser melódico. A linha que alterna intensidade, reflexão e calmaria está sempre presente nas músicas da banda, fazendo com que o público viage em intensidades diferentes ao conferir o álbum da banda.

 

A banda já participou de festivais como Grito RockCarna RockRock Literal (que contou com 3 palcos e várias bandas, entre elas MatanzaStrike e Glória), eventos de Motoclubes e várias casas do estado e até do país. A Super Over também já chegou a ficar entre as 50 bandas pré-selecionadas a nível nacional para tocar no Festival Lollapalooza, em 2015.

 

 

Para saber mais sobre a banda Super Over, basta clicar nos links abaixo.

Instagram
Youtube
Spotify

 

22 Anos sem Layne Staley do Alice In Chains

Em 5 de Abril de 2002, exatamente a 22 anos atrás, o mundo perdia uma das maiores vozes do Rock Mundial de todos os tempos. Você pode ver aqui na Rockstage Brasil uma das matérias sobre os últimos dias de Layne. Mas nesse artigo eu quero apenas falar de lembranças e sentimentos.

 

 

Lembro-me de estar na sala de estar com meus pais, a TV ligada no FANTÁSTICO da Rede Globo e, aquela notícia triste explodiu  como uma bomba na minha frente. No dia anterior falávamos sobre Layne e a constatação de que o anúncio da morte dele seria uma questão de tempo devido ao seu debilitado estado de saúde. Mas ninguém, absolutamente ninguém, está preparado para a morte!

 

Neste exato momento em que me encontro ouvindo o Unplugged do Alice In Chains, entre as faixas “Down In A Hole” e “Rooster”, várias recordações vem a minha mente, várias dúvidas, “mas e se….”, “e se…”

 

 

Recordações de 1993, quando assisti ao Alice in Chains no Rio de Janeiro com a formação original. Sim, eu assisti Layne ao vivo na Praça da Apoteose!

 

No mesmo grupo de amigos, estava Bianca Jhordão da banda Leela. Lembra Bia? Bons tempos… Bons tempos! Chovia no Rio, Apoteose lotada e muita ansiedade para a apresentação da banda. Assista aqui o show completo.

 

 

 

A vida é assim: dias de perdas, dias de conquistas.

A morte de Layne, dói no coração dos fans do Alice in Chains e da música em geral, dói muito. Layne, assim como Kurt, Chris e Eddie, era um dos pilares do movimento grunge que se formou no inicio dos anos 90.

 

Mas o legado deixado por suas composições  e interpretações ( no Alice In Chains e no Mad Seadon) já ecoam durante mais de 40 anos e provavelmente vão ecoar por mais tantos. Layne se tornou um ícone, uma referência e o mundo agradece!

 

Onde quer que você esteja, Layne. Muito obrigado por todas as lembranças e músicas que embalaram a minha e de muitos adolescentes.

 

Veja também

 

Planet Of Ghosts: “The End Is Over” disponível nas plataformas digitais

A dupla de rock alternativo Planet Of Ghosts está lançando o single ‘Z-Man NYC’ e seu novo álbum de estúdio ‘The End Is Over’. A impetuosa “Z-Man NYC” abre um buraco no céu das rádios de rock alternativo com o espírito underground característico da banda, vocais peculiares e sons difusos de guitarras. Confira no Spotify:

 

 

Há uma reverência ao rock de garagem entregue através de uma brincadeira: “Seremos (nós, humanos) o efeito colateral de um universo com um arquiteto fazendo coisas de má qualidade?”

 

Ao admitir que nós, como pessoas, podemos ter falhas de design, o Planet Of Ghosts se permite liberdade para cometer erros. É nessa liberdade que o espírito da música paira e dança sozinho.

 

Sobre a banda

Os dois membros que compõem o Planet Of Ghosts se conheceram quando eram adolescentes em Ohio e vêm fazendo
e gravando música por décadas, mas foi só em sua estreia autointitulada em 2021 que eles começaram a lançar álbuns em escala global.

 

 

“Sempre tivemos uma química incomum, como alguma química cósmica. conexão. É estranho, você pode ouvir isso nos arranjos, no som em si”, explica Casey Ward. “Nós dois cantamos e tocamos todos os instrumentos. Temos uma espécie de visão única”, acrescenta Adam Kure, “E não é apenas relegado à música, toda a nossa filosofia de vida e sobreposição”.

 

Se você curtiu a vibe da Planet Of Ghosts, siga a banda nas redes sociais.