Carlos Gonzaga, o primeiro rockstar brasileiro

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Conheça a história do pioneiro do rock no Brasil, Carlos Gonzaga

 

Há quem diga que o rock no Brasil começou com a turma do iê iê iê, e em clubes baianos ou bandas estudantis no Rio Grande de Sul. Em contrapartida, temos registros de artistas brilhantes que ajudaram a difundir rock balads no Brasil, antes mesmo de surgirem os primeiros grupos influenciados pela beatlemania.

 

Quando o rock’n’roll começou a ganhar o mundo, impulsionado pelos Estados Unidos a partir de 1954 nas vozes de pioneiros como Bill Haley (1925 – 1981) e Elvis Presley (1935 – 1977), o Brasil ainda vivia a era melodramática do samba-canção dos anos 1950.  Atentos aos sinais de que uma cultura pop começava a ganhar forma e a seduzir a juventude em escala planetária, executivos da indústria fonográfica brasileira começaram a encomendar versões em português de rock-baladas e hits do doo wop que estouravam nos EUA, seduzindo um público jovem com romantismo derramado, mas não tão dramático.

 

Foi nessa seara que surgia Carlos Gonzaga.

 

Carlos Gonzaga, o pioneiro do rock

Quem foi Carlos Gonzaga?

Carlos Gonzaga foi um artista notável que encontrou a fama ao dar voz a várias dessas versões rock baladas, geralmente escritas por Fred Jorge (1928 – 1994). A mais famosa delas, Diana, foi lançada em single de 78 rotações em 1958 e eternizou a voz do cantor que iniciara carreira fonográfica em 1955 após ter dado os primeiros passos profissionais em rádio da cidade natal.

 

 

Diana tinha sido composta e gravada em 1957 pelo cantor canadense Paul Anka, de cujo repertório Carlos Gonzaga também rebobinou, em português, várias outras versões, casos de Você é meu destino / You are my destiny (1958) e O diário / The diary (1959).

 

 

O sucesso de Diana redirecionou a discografia de Carlos Gonzaga, que trocou o repertório sentimental do início da carreira por baladas e rock-baladas de teor mais pop – pelo menos do que podia ser rotulado como pop na música brasileira da década de 1950. Nos anos 1960, precisamente entre 1962 e 1963, Gonzaga apostou no twist, gênero da pré-história do rock.

 

Curiosamente, com a explosão da Jovem Guarda a partir de 1965, Carlos Gonzaga começou a perder espaço no mercado – talvez por sempre ter sido mais um cantor de alma romântica do que propriamente um roqueiro rebelde, embora Gonzaga seja justamente apontado como um dos pioneiros do gênero no Brasil por ter dado voz a canções que se conectaram com a juventude dos anos 1950.

 

 

Contratado pela RCA-Victor, gravadora pela qual editou a parte mais expressiva da discografia, Carlos Gonzaga deixa álbuns como Quisera te dizer (1958), Meu coração canta (1959), The best-seller (1960), És tudo para mim (1961), O cantor “hit-parade” (1962), Carlos Gonzaga canta (1962) e Para a juventude (1963), todos dominados por versões de hits estrangeiros, matéria-prima desse romântico cantor mineiro que se fez ouvir em escala nacional antes de o rock se consolidar no Brasil.

 

Breve Biografia

Nasceu no dia 10 de fevereiro de 1924 na cidade de Paraisópolis, no sul de Minas Gerais, onde residiu com seus familiares durante toda a infância e adolescência.

 

De origem simples, começou cedo a trabalhar em sua cidade. Destaca-se a atividade que mais gostava de fazer, que era carregar as malas dos viajantes que chegavam à cidade, da estação de trem até o hotel central. No início da fase adulta buscou melhores oportunidades de trabalho em cidades maiores do Vale do Paraíba, como Itajubá, Campos do Jordão e São José dos Campos.

 

No final da década de 1940, decide por ir viver na região central da cidade de São Paulo. Estabelece-se sem muitos recursos na região do Cambuci onde conseguiu uma oportunidade de trabalho em uma empresa fabricante de cadeiras para salões e barbearias.

 

Apesar de ter feitos algumas apresentações musicais amadoras em sua infância e adolescência em sua cidade natal, foi na cidade de São Paulo que participou pela primeira vez de um programa de calouros.

 

 

Incentivado por colegas e conhecidos que ficavam impressionados com sua afinação vocal, continuou a participar de programas de calouros tendo ganho por diversas vezes o primeiro lugar dos concursos. Suas vitórias começam a chamar a atenção e nessa época consegue ser contratado como cantor fixo da Rádio Tupi de São Paulo.

 

Carlos Gonzaga se consagrou com o título de pioneiro do rock, sendo um dos primeiros grandes artistas notáveis a difundirem o gênero no país.

 

Faleceu aos 99 anos no dia 25 de agosto de 2023, em um hospital em Velletri, no Lácio, na Itália. A causa da morte não foi divulgada.

 

 

Discografia

  • Quisera Te Dizer (1958 – RCA Victor – 10″, Album)
  • Meu Coração Canta (1959 – RCA Victor – LP)
  • Carlos Gonzaga – Diana (1959 – RCA Victor – LP)
  • The Best Seller (1960 – RCA Victor – LP)
  • Carlos Gonzaga Canta (1961 – RCA Victor – 10″, LP)
  • Carlos Gonzaga Canta vr. Digital (2002 – RCA, BMG, Brasil – CD, Album, RE, RM)
  • És Tudo Para Mim (1961 – RCA Victor – LP)
  • O Cantor “Hit Parade” (1962 – RCA Victor – LP)
  • Para a Juventude (1963 – RCA Victor – LP)
  • Hully Gully (1964 – Phillps – LP)
  • Os Grandes Sucessos de Carlos Gonzaga (1967 – RCA Camden – LP)
  • Rapaz Solitário (1968 – RCA Victor – LP)
  • Eu Só Canto Sucessos (1970 – RCA Camden – LP)
  • Os Grandes Sucessos de Carlos Gonzaga vol. II (1972 – RCA Camden – LP)
  • Nelson Gonçalves, Alda Perdigão, Carlos Gonzaga, Núbia Lafayette ‎– Brasil Canta (1974 – RCA Victor – LP)
  • Os Sucessos de Paul Anka e Neil Sedaka com Carlos Gonzaga (1975 – RCA Camden – LP)
  • Sempre Sucesso (1977 – RCA Camden – LP)
  • Sucessos de Carlos Gonzaga (1984- Arara – LP)
  • Meu Eterno Querer (1985- Polydisc – LP)
  • Sempre Sucesso (1989 – Polydisc – LP)
  • Série Popular Brasileira (1993 – RCA – LP, CD)
  • 20 Supersucessos (1997 – Phillps – CD)
  • Grandes Sucessosː Carlos Gonzaga (2000 – Phillps – CD)
  • Grandes Sucessos (2005 – RCA, Sony BMG Music Entertainment – CD)

 

 

 

 

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