Hoje (22), o vocalista da banda australiana de Rock Alternativo chamada Silverchair completa 45 anos. Mesmo sendo uma data festiva, os fãs da banda sempre se entristecem ao ouvirem Daniel Johns reafirmando que a banda não voltará à ativa.
A banda entrou em hiato por tempo indeterminado no ano de 2011 e desde então nunca retornou. Segundo as palavras do líder e vocalista, a banda não volta.
Essa decisão foi tomara porque, segundo o próprio Daniel, muitas das letras revisitam problemas pelos quais o músico passou desde cedo. Alguns dos mais graves foram as crises de ansiedade e também sua luta contra a anorexia, descrita em detalhes na música Ana’s Song. Além disso, os três amigos, por se sentirem “deslocados” dentro do colégio, escreveram faixas sobre bullying também, que fica claro em trabalhos como Tomorrow e Freak, demonstrando que eram “garotos estranhos” e não se encaixavam no ambiente escolar. Para Johns, revisitar alguns desses temas delicados pode fazer mal para ele.
“Eu não acho que voltar e revisitar as coisas sobre as quais aqueles álbuns falam seja algo bom para mim. Na verdade, ouvir algumas daquelas músicas me dói. É bem doloroso fazer isso.”
Daniel Johns – em entrevista ao jornal The Sunday Telegraph em 2018
Os músicos começaram a carreira bem cedo. Influenciados pela sonoridade que estava em alta na cena de Seattle (o Grunge), além de trazer referências do Heavy Metal de bandas como Black Sabbath também, os garotos lançaram os primeiros trabalhos quando ainda estavam no colégio e eram adolescentes de 15 anos.
A banda cresceu com o rótulo de Post Grunge. Por serem um power trio e terem um vocalista loiro e de cabelos longos, a comparação com o Nirvana foi inevitável. Ainda mais pelo fato de a banda ter surgido para o grande público pouco tempo depois da morte de Kurt Cobain. Além disso, sempre compararam o tom de voz e o estilo grave de cantar do músico (principalmente nos primeiros álbuns) com Eddie Vedder, vocalista do Pearl Jam.
O Silverchair sempre deixou claro que também trazia influências, principalmente instrumentais, de bandas como Black Sabbath. A grande presença de bons riffs densos de guitarra são a prova disso.
O power trio australiano lançou ao todo cinco álbuns, foram eles: Frogstomp (1995), Freak Show (1997), Neon Ballroom (1999), Diorama (2002) e Young Modern (2007). Os três primeiros trabalhos da banda traziam fortes influências da cena do Rock Alternativo que estava em alta em Seattle no início dos anos 90; no terceiro, a banda já começou a trazer influência de outras sonoridades também, apostando presença de outros instrumentos como o piano. A partir do Diorama (2002), além da sonoridade do Rock, a banda também trouxe influências de sons eletrônicos que estavam em alta na época.
Depois do hiato, Daniel Johns se dedicou a outros projetos musicais, mas todos eles cada vez mais distantes do Rock e flertando mais com sonoridades eletrônicas.
Porém, mesmo que revisitar aquelas músicas seja algo doloroso para o vocalista nos dias de hoje, ele se orgulha do material que foi composto e entende a importância das músicas e das letras para os fãs até os dias de hoje.
“Eu sei que as pessoas gostam muito daquele trabalho e que ajudou um monte de gente, e eu sou realmente orgulhoso disso e consciente para não me ofender. A música é para eles, sempre estará lá para as pessoas que quiserem.”
Daniel Johns
É inegável que a banda lançou grandes sucessos e moveu multidões mundo a fora. Um dos exemplos disso foi o show no Rock in Rio 3 no ano de 2001, show onde a banda foi ovacionada quando estava na turnê do seu mais bem sucedido álbum: Neon Balroom (1999). Músicas como Miss You Love e Ana’s Song ajudaram a fazer o show se tornar ainda mais inesquecível.
Além dessas músicas citadas, outros grandes sucessos da banda foram Tomorrow, Israel’s Son, Pure Massacre e Freak.