Pearl Jam: confira o amadurecimento e evolução de Eddie Vedder em 8 frases marcantes

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Eddie Vedder é um dos maiores vocalistas da cena Grunge. Pensando nas bandas mais icônicas como Nirvana, Soundgarden, Pearl Jam, Alice in Chains e Stone Temple Pilots, Eddie é o único vocalista que ainda está vivo e isso não aconteceu por acaso.

 

Em uma geração de músicos marcada por letras melancólicas e autodestrutivas, podemos notar que Vedder foi o único vocalista das grandes bandas da cena a sobreviver; mas isso só aconteceu porque ele amadureceu e transcendeu o Grunge, mudando bastante seu estilo de vida e, consequentemente, suas letras.

 

A verdade é que seu sucesso não veio só por causa da geração ou da moda do Grunge que estava em alta: o músico sempre teve muito a dizer. Sendo assim, suas letras foram ficando cada vez melhores com o passar do tempo e isso foi refletindo toda sua postura diante de sua vida.

 

Confira abaixo um vídeo feito pelo canal Epifania Experiência que destaca 8 frases marcantes de Eddie Vedder e que certamente entrarão em sua alma e o farão entender porque ele se tornou o último grande ícone da cena Grunge a ainda estar vivo.

 

 

“Eu sei que eu nasci e eu sei que eu vou morrer: o meio é meu”
(I am Mine – Riot Act, 2002)

 

Temos apenar duas certezas na vida: que um dia nascemos e um dia iremos morrer, mas é o meio de tudo isso que importa. Nessa letra ele deixa claro que não teve controle do início e também não terá controle do fim, mas quem comanda a “parte do meio”, ou seja, a vida, somos nós mesmos: tudo o que vivemos, criamos ou fazemos são nossas responsabilidades. O mais importante desta frase é entender que não somos vítimas do destino, do determinismo ou da sociedade; ainda que várias coisas possam influenciar nossa existência de uma maneira ou de outra, somos nós quem devemos “tomar as rédeas” da nossa vida e fazer o melhor possível com o tempo que temos entre o nascimento e a morte.

 

 

 

“Eu conhecia todas as regras, mas as regras não me conheciam”
(Guaranteed – Into the Wild, 2007)

 

Existe uma frase conhecida que diz: “A maneira mais eficiente de burlar uma regra é saber exatamente como ela funciona”. Essa frase de Vedder ainda fala mais: ele sabe até aonde as regras vão, mas elas não sabem do que ele é capaz. E, nesse ponto, ele estaria disposto a mostrar que pode ir muito mais além do que as regras estabelecidas imaginam. Aqui a frase não se trata de ir contra a moral ou a ética, mas se trata de “pensar fora da caixa”, deixar que sua criatividade possa levá-lo a lugares que ninguém nunca foi; expandir os horizontes do pensamento, quebrar barreiras e inovar.

 

 

 



 

 

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“Eu sou um homem de sorte por contar nas duas mãos as pessoas que amo. Alguns têm só uma, outros nenhuma”
(Just Breath – Backspacer, 2009)

 

É curioso pensar que, numa época onde temos vários “amigos digitais” em nossas redes sociais, podermos contar em duas mãos as pessoas que amamos pode nos considerar pessoas de sorte. Ao dizer “em duas mãos”, a frase aqui é literal mesmo: de seis a dez pessoas. Mas, isso é a pura verdade: são poucos os que amam de verdade tantas pessoas. O amor é raro, o amor deve durar e é justamente por isso que é muito especial.

 

 

 

“Tal é o jeito do mundo que não se pode saber onde colocar sua fé e onde ela vai crescer”
(Rise – Into the Wild, 2007)

 

Mal nos acostumamos com a vida ao nosso redor e, de repente, tudo muda. Talvez o erro seja acreditar que as coisas são, quando na verdade elas apenas estão. Como podemos saber onde depositarmos nossa fé? Como saber se ela vai crescer conforme esperávamos? Como saber se não vamos nos decepcionar? A resposta é simples: não temos como saber. Por sorte, nós também mudamos e podemos nos adaptar às mudanças ao redor. Eddie Vedder ainda continua a música dizendo: “Vou me erguer transformando erros em ouro; vou me erguer, achar minha direção magneticamente”. Se não podemos acertar sempre, então faremos o melhor dos nossos erros; se não sabemos o caminho, então deixemos que a direção nos apareça por intuição e nos puxe como um ímã.

 

 

 

 

 

“Eu não me importava antes de você estar aqui, eu dançava gargalhando com a eternidade”
(Sirens – Lightning Bolt, 2013)

 

“Quando você não tem nada, não tem nada a perder”: a frase de Bob Dylan em Like a Rolling Stone pode ter influenciado Eddie a escrever sua frase marcante em Sirens. Ele reflete sobre isso de uma maneira clara e direta: o peso que é amar muito alguém e como tudo antes parecia mais simples, mesmo que de uma forma eufórica e infantil. Aqui ele expõe a vulnerabilidade perante o medo de que aconteça qualquer coisa com a pessoa amada. Vedder ainda completa: “Eu te puxo para perto, tanto a se perder sabendo que nada dura para sempre”. Esse medo de perder junto da expressão “nada dura para sempre” contrasta diretamente com a palavra “eternidade” dita anteriormente; isso acontece porque quando ele cita que estava “dançando com a eternidade”, ele tinha a visão de um jovem que acredita que tudo pode durar para sempre; com o tempo, ele amadureceu e percebeu que isso é impossível.

 

 

 

“Eu acho que foram as surras que me fizeram sábio, mas não vou agradecer e nem pedir desculpas”
(Rearviewmirror – Vs, 1993)

 

Aqui Eddie Vedder trabalha com aquela ideia que são os tempos difíceis que nos fazem crescer e aprender. É inegável que isso seja verdade, mas, às vezes, os tempos são tão difíceis que, mesmo com toda a sabedoria que eles nos trouxeram, não olhamos com gratidão; ou pelo menos entendemos que foi uma troca: pagamos muito caro pelo conhecimento aprendido, ele não veio “de graça”. Apanhamos, aprendemos e mudamos: estamos quites e não devemos nem agradecer e nem pedir desculpas.

 

 

 

“Aquele que esquece será destinado a lembrar”
(Nothingman – Vitalogy, 1994)

 

A música fala sobre um término melancólico de um relacionamento e essa frase encerra a canção. O protagonista da música decide terminar o relacionamento porque se esqueceu de amar e se esqueceu de dar valor ao que tinha. Agora que tudo acabou, ele se arrepende e sabe que está destinado a se lembrar com amargura e tristeza de tudo o que perdeu e da decisão que tomou. Se por acaso tínhamos nos esquecido do nosso erro, ao errarmos novamente, somos obrigados a nos lembrar dele, porém já é tarde demais. O destino de quem se esquece sempre será, de uma forma ou de outra, lembrar-se novamente.

 

 

 

“É uma arte viver com dor”
(Love Boat Captain – Riot Act, 2002)

 

É uma frase simples e direta que traduz muito bem todo o sentimento do Grunge. Talvez a frase explique porque Eddie é o único sobrevivente dos vocalistas das grandes bandas do Grunge: ele aprendeu a viver com dor. O tema é colocado de forma repetida e intensa pelos músicos da cena; todas as bandas relataram o tema e refletiram sobre, cada um à sua maneira. Talvez a partida precoce de todos os outros mostre que eles não suportaram a dor, não souberam viver com ela. Eddie prova na prática que aprendeu a conviver, seja ela física ou psicológica.

 

 

 

 

 

Eddie Vedder tem seu lado sombrio, seu lado que rebelde, seu lado que sofre e seu lado que ama viver; o seu lado maduro e o seu lado jovial. Ele não foi substituindo características com o passar do tempo, ele foi agregando-as. Hoje ele é tudo isso e muito mais; sempre em busca de uma vida melhor, de uma paz maior, de um mundo melhor e tudo isso sem glamourizar o sofrimento.

 

A frase da música Wishlist onde Vedder diz “Eu queria ser um mensageiro e que todas as notícias fossem boas” encerra bem o que ele sempre buscou em sua vida. Ao mesmo tempo que é uma frase utópica, ela é real, pois busca uma situação onde ele precisa estar em constante evolução para apresentar as notícias, apresentar os conflitos e as situações complicadas da melhor maneira possível. Para alcançar o objetivo (ou chegar o mais próximo disso possível), ele tem que crescer sempre, tem que se desenvolver.

 

O vocalista do Pearl Jam chegou de surpresa na banda no ano de 1990. Morando em San Diego, dificilmente conheceria o restante dos integrantes, que eram de Seattle. Mas, por causa de Jack Irons (primeiro baterista do Red Hot Chili Peppers), Eddie foi apresentado ao restante e a ligação foi instantânea. Foi como se a banda soubesse “como dizer” enquanto Eddie soubesse “o que dizer”. Vedder tinha muito a dizer de sua vida, de suas frustrações e, com o passar do tempo, foi aprendendo ainda mais.

 

“Amadurecimento” talvez seja a definição perfeita para o que ele viveu ao longo de sua trajetória na música. Nunca foi fácil, nunca foi “de graça”, nunca foi simples; mas, ele aprendeu. Sem trazer glamour ao sofrimento, sem chamar a atenção de forma exagerada: ele apenas amadureceu e seguiu contando sobre as experiências de sua vida nas letras de suas músicas. Nunca foi um trabalho fácil, mas também não fora impossível.

 

Eddie estar vivo até os dias de hoje não é por acaso: mesmo tendo a dor na sua adolescência de não ter podido viver ao lado de seu pai e mesmo também tendo a dor de perder um grande amor muito cedo, ele se recuperou, ele sobreviveu. Assim como várias outras pessoas, ele não desistiu e foi aprendendo a cada dia mais com suas experiências. Vedder transcendeu o Grunge e não deixou que suas frustrações (e assim como todos nós, ele também teve) o controlassem: ele definiu que era ele que escolhia o que poderia ser de sua vida e escolheu viver, escolheu amadurecer, escolheu lutar. E venceu.