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Kevin Martin, vocalista do Candlebox, fala exclusivamente com a Rockstage Brasil.

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Em um bate-papo descontraído, Kevin Martin vocalista da banda Candlebox conta um pouco da trajetória da banda.. o movimento grunge, e um novo álbum a caminho.

Candlebox apareceu na mídia em 1993 através do excelente álbum de estreia, auto-intitulado “Candlebox”. O álbum trouxe hits cativantes como “Far Behing”, “You”, “Cover Me” e “Change”. Assista a performance da banda em Seattle no ano de 2006.

 

Comemorando 30 anos de banda, o vocalista Kevin Martin conta para a Rockstage Brasil como foi a trajetória do Candlebox em um bate-papo bem descontraído.

 

Voltando aos primórdios da banda, como foi a formação inicial? Vocês se conheciam? Por favor, conte-nos um pouco da história…

Quando a banda começou, não nos conhecíamos. Eu conhecia Scott, eu o conheci em uma festa quando eu tinha 16 anos, mas nenhum de nós era amigo enquanto crescia, não nos conhecíamos. Fomos apresentados a Pete por Kelly Gray, nossa produtora, e Bardi por meio de uma boa amiga nossa, Sarah Wahl, que estudou com ele no ensino médio. Scott e eu estávamos tocando em uma banda chamada Uncle Duke com um cara chamado Rick Vaughn. Rick saiu no outono de 1991, então precisávamos de um guitarrista. Scott e eu encontramos Kelly em um clube no centro de Seattle, perguntando se ele conhecia algum guitarrista, foi quando fomos apresentados a Pete.

 

Eu gosto da forma como Pete ( Peter Klett) toca…

Ele é ótimo.

 

Kevin, Candlebox lançou seu primeiro álbum em 1993, que muitos consideram o auge do movimento grunge. Como você vê o Candlebox em relação a outras bandas de Seattle? Podemos dizer que havia amizade e apoio mútuo entre as bandas, ou era uma relação mais profissional?

Não havia realmente nenhuma amizade ou apoio mútuo entre as bandas que já haviam feito sucesso. Estou falando claro do Soundgarden, Nirvana, Alice In Chains, Pearl Jam. Éramos considerados o enteado ruivo da cena musical de Seattle na cidade em que crescemos, não foi fácil para o Candlebox encontrar seu equilíbrio. Estávamos praticamente sozinhos e tivemos que lutar por qualquer espaço na cena de Seattle.

 

Provavelmente, vocês eram mais jovens e por isso não tiveram espaço… Estou correto?

Exatamente.

 

Seria mais fácil com a ajuda deles. No entanto, vocês também venceram. Muitas bandas ficaram pelo caminho…

Teria sido mais fácil com um pouco de ajuda de nossos colegas, mas nos saímos bem e sobrevivemos. Há muitas bandas que estavam no mesmo caminho que nós que nunca viram a luz do dia ou viram qualquer tipo de sucesso que todos pensávamos que teriam.

 

Entre as bandas de Seattle, quais eram mais próximas do Candlebox? Li em algum lugar que você se mudou para Seattle em 1984 e trabalhou em uma sapataria cujo a dona era Susan Silver, o que lhe permitiu conhecer muitos músicos…

As bandas que estavam mais próximas do que o Candlebox estava fazendo, eram: Sweet Water, Green Apple Quickstep e Satchel. Eu me mudei para Seattle em 1984 e trabalhei na John Fluevog Shoes com Susan Silver, que na época gerenciava Alice In Chains, Screaming Trees, Soundgarden, Gruntruck e várias outras bandas de Seattle. Foi aí que conheci Andy Wood pela primeira vez, assim como Layne Staley e Chris Cornell, todos caras legais, super legais, mas eu era um garoto de 16 anos e eles tinham 21, então não saía muito.

 

Green Apple Quick Step… 

Eles são ótimos, confiram, o vocalista Ty foi a escolha de Stone e Jeff do Pearl Jam antes de ouvir Eddie.

 

Candlebox é uma banda com muitos hits e uma grande base de fãs, mas curiosamente, não é reconhecida por algumas pessoas como uma banda que fez parte da cena de Seattle. (Às vezes eu acho que o Alice in Chains também enfrentou alguns desafios porque eles tinham raízes no glam e no hard rock) …. Qual é a sua opinião sobre isso?

Não éramos realmente considerados uma parte da cena de Seattle, principalmente porque surgimos cerca de cinco anos depois de Soundgarden, Mother Love Bone, Alice In Chains, Nirvana, Screaming Trees, etc. A cidade não estava pronta para ouvir o estilo de música que estávamos criando.

 

Os anos 90 apresentaram ao mundo grandes vocalistas como Layne, Shannon Hoon, Eddie Vedder, Chris Cornell, Mark Lanegan e, sem dúvida, você está entre eles. Voltando à sua formação musical, quais são suas influências como músico e vocalista?

Minhas principais influências são bandas como The Clash, Led Zeppelin, Aerosmith, Dead Kennedys, Black Flag, etc. Eu cresci ouvindo música punk rock, então é daí que vem meu amor pelo rock ‘n’ roll. Minhas influências como cantor vão de Otis Redding a Robert Plant, a Roger Daltrey, Freddie Mercury, Steven Tyler, etc. cantores que realmente sabem usar a voz como instrumento.

 

Não há registros de Candlebox se apresentando no Brasil. Existe a possibilidade?

Nunca tocamos. O Brasil sempre é uma possibilidade. Quem sabe algo acontece até o fim do ano.

 

Assim como o Blind Melon, o Candlebox apresentou músicas tecnicamente mais refinadas do que algumas outras bandas consideradas grunge. Muitos rotulavam a banda como pós-grunge. Você concorda com este ponto de vista?

Não sei se tecnicamente mais refinada, acho que foi apenas um estilo diferente com influências diferentes quando jovens.

 

O Candlebox está em turnê comemorando os 30 anos da banda, trazendo de volta a formação original. Haverá shows acústicos?

Não haverá shows acústicos e não será a banda original, Infelizmente. Simplesmente não conseguimos fazer isso acontecer, mas sim, comemorar 30 anos é uma grande conquista e esperamos fazer algo especial como banda original no próximo outono.

 

Ótimo, quem estará na tour?

Brian Quinn (Octane & Foster Child) e Island Styles (Jimmies Chicken Shack & Nikki Barr) nas guitarras, Adam Kury no baixo e BJ Kerwin na bateria.

 

 

 

Há planos para um novo álbum?

Sim, acabei de terminar um novo álbum, será lançado no outono.

 

Quais são seus álbuns favoritos do Candlebox?

Disappearing in Airports and Into The Sun.

 

Considero a faixa ‘Spotlights’ do álbum ‘Disappearing In Airports’ uma das mais belas canções da banda. O que você pode me falar sobre isso? Você lembra como foi composta?

Obrigado cara, eu amo essa música. Foi inspirada na cidade de Detroit em Michigan uma das minhas cidades favoritas para tocar nos Estados Unidos. Tem tudo a ver com a história daquela cidade, cena da Motown, etc. parece ser uma cidade muito oprimida e batalhadora, que de alguma forma criou algumas das melhores músicas que o mundos já viu. “Spotlights” é uma metáfora.

 

 

Onde você e sua família vivem atualmente?

Los Angeles.

 

A tecnologia tem ajudado muitos músicos, principalmente iniciantes ou desconhecidos, a mostrar seu trabalho, e isso parece realmente libertador. Qual é a sua opinião sobre este tema?

Eu acho que a tecnologia é ótima. Eu acho que a oportunidade que permite aos músicos lançarem mais músicas do que nunca é uma das melhores coisas que todos nós temos. Há mais música agora do que nunca e adoro descobrir coisas novas por meio de redes sociais e aplicativos.

 

Continuando com a pergunta anterior, muitos músicos usam plugins e simuladores para criar música, enquanto outros ainda preferem o processo analógico. Como é o seu processo atual de composição e gravação?

Ainda tocamos nossos instrumentos reais, às vezes através de uma máquina de fita, mas principalmente agora tudo é ProTools ou alguma outra forma de software de gravação, você se acostuma, certamente torna as gravações muito mais fáceis e rápidas.

 

Kevin, você pode citar três bandas recentes que considera promissoras?

October Drift, Mona & Slow Joy.

 

Algum conselho para bandas ou artistas independentes que estão procurando selos ou gravadoras?

Saiam e toquem quantas vezes puder, sempre que puder…

 

Concluindo, gostaria de agradecer pela entrevista e desejar sucesso na estrada com o Candlebox. Parabéns pelo carisma e simplicidade!

Muito obrigado, amigo. Abração.

 

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