Conheça 8 músicas de longa duração que marcaram o rock

Conheça algumas faixas de sucesso que possuíam longo tempo de duração

Se você já se perguntou por que tantas bandas de rock criaram músicas com mais de seis, oito ou até vinte minutos de duração, saiba que essa escolha está longe de ser acidental. O que para muitos roqueiros é uma verdadeira chatice, para certos amantes do rock, pode parecer pura expressão e técnica artística.

 

Diferente do formato radiofônico tradicional, onde a maioria das músicas não passa de três ou quatro minutos – o rock, especialmente nas décadas de 1960 e 1970, abriu espaço para uma abordagem mais livre, artística e ousada da música.

 

Durante a explosão cultural dos anos 60 e 70, o rock deixou de ser apenas entretenimento juvenil para se tornar uma expressão artística mais complexa. Bandas começaram a experimentar com sons, estruturas, letras e atmosferas. As músicas longas surgiram como uma forma natural de dar vazão a essa liberdade criativa. Solos instrumentais elaborados, mudanças de ritmo, efeitos sonoros e letras narrativas exigiam mais tempo para se desenvolver. Em vez de seguir fórmulas prontas, muitos artistas optaram por deixar a música fluir sem limites.

 

Subgêneros como o rock progressivo (Pink Floyd, Yes, Genesis) e o rock psicodélico (The Doors, Jefferson Airplane) foram cruciais nesse movimento. Inspirados por elementos da música clássica, do jazz e da literatura, esses artistas criavam verdadeiras “viagens sonoras”, com arranjos complexos, passagens instrumentais longas e letras introspectivas ou filosóficas.

 

Outro fator importante foi o nascimento dos álbuns conceituais — discos que giram em torno de uma narrativa ou tema central. Neles, as músicas não funcionam isoladamente, mas como partes de uma história maior. Para dar profundidade a essas ideias, era comum que algumas faixas se estendessem por muitos minutos. Exemplo clássico: o álbum “The Wall”, do Pink Floyd, ou “Tommy”, do The Who, onde a música é tão narrativa quanto sonora.

Neste artigo nós separamos pra você, 10 músicas de longa duração que marcaram a história do rock!

 

1. Led Zeppelin – “In My Time Of Dying” (11:06)

Presente no icônico Physical Graffiti, a faixa é um exemplo notável da habilidade da banda em transformar temas profundos e complexos em música acessível e impactante, mostrando como a arte pode servir como um meio de reflexão e consolo. A faixa é uma versão do Led Zeppelin da canção gospel de Blind Willie Johnson e carrega uma perspectiva otimista e encorajadora sobre a morte, trazendo um tom diferente para a energia que frequentemente era associada a esse tema, como a melancolia e a tristeza.

2. Lynyrd Skynyrd – “Free Bird” (9:10)

Esta é uma balada poderosa que se tornou um hino do rock norte-americano, reverberando através de gerações. Apesar da hesitação inicial da gravadora em lançá-la como single devido à sua duração impressionante, que ultrapassava os limites do convencional, a música ganhou popularidade nas apresentações ao vivo, frequentemente ultrapassando 14 minutos. Free Bird se transformou em um verdadeiro espetáculo, demonstrando a maestria da banda.

 

 

3. The Velvet Underground – “Sister Ray” (17:28)

Esta obra-prima do proto-punk é uma jam session que explora temas sombrios e satíricos, mergulhando profundamente nas complexidades da vida urbana e nas relações humanas. A faixa ocupa a maior parte do segundo lado do álbum White Light/White Heat, proporcionando uma experiência auditiva intensa e provocativa que desafiava as convenções musicais da época.

 

 

4. Pink Floyd – “Echoes” (23:36)

Echoes é considerada uma das maiores obras do Pink Floyd. Esta faixa combina diferentes elementos musicais e efeitos sonoros inovadores à epoca, ocupando todo o lado B do álbum Meddle, que foi lançado em 1971. A canção é um exemplo perfeito da capacidade da banda de criar atmosferas sonoras únicas e imersivas, levando os ouvintes a uma jornada auditiva que transcende o tempo e o espaço. Com suas transições fluidas e progressões melódicas envolventes, “Echoes” se destaca como uma obra-prima que exemplifica a genialidade criativa do Pink Floyd.

 

 

5. The Doors – “The End” (11:43)

A sonoridade psicodélica da faixa transporta o ouvinte para um estado de transe refletido pela genialidade e a profundidade lírica de Jim Morrison. “The End” é indiscutivelmente uma das canções mais icônicas e memoráveis do The Doors. A música, que encerra de forma magistral o álbum de estreia da banda, era frequentemente interpretada de várias maneiras nas apresentações da banda.

 

 

6. David Bowie – Station To Station (10:14)

Este trabalho estendido ocupa metade de um lado do álbum de Bowie de 1976 e foi uma grande influência para os fãs de longa data do Kraftwerk, inspirando seu álbum Trans-Europe Express. Station to Station é um verdadeiro épico espacial, chegando a ser até indefinível musicalmente, talvez um Rock/Soul, uma verdadeira Switch com diversas passagens e momentos distintos.

É interessante abordar também o estado emocional de David Bowie na época, que estava em frangalhos, passava por um momento bastante delicado no seu relacionamento da época, resultando no seu ápice de dependência das drogas a ponto do artista relatar não se lembrar das sessões de gravação desta obra-prima.

 

 

7. Rush – “2112” (20:33)

“2112” é uma narrativa distópica que se tornou um marco na carreira do Rush, sendo amplamente reconhecida como uma das composições mais influentes do rock progressivo. Com mais de 20 minutos de duração, a música é dividida em sete partes distintas, cada uma delas contribuindo para a construção de uma história envolvente e complexa, mostrando a habilidade excepcional da banda em contar histórias através da música, utilizando letras poéticas e arranjos elaborados que capturam a imaginação do ouvinte.

 

 

8. Green Day – Jesus Of Suburbia

Composta por Billie Joe Armstrong, vocalista do Green Day, Jesus Of Suburbia narra a história do protagonista do álbum American Idiot. A produção musical também oferece um ponto de ligação para todas as outras canções do álbum, que se relacionam entre si.

Jesus of Suburbia” do Green Day é uma música de 9 minutos, com uma estrutura de cinco movimentos, que explora a vida de um adolescente que se sente perdido e desiludido com a realidade suburbana e com a falta de esperança. A canção aborda temas como alienação, apatia, consumismo e a busca por um sentido na vida, utilizando metáforas e simbolismos poderosos.

 

 

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