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A Macabra e Polêmica História da Banda Mayhem

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A banda Mayhem – mundialmente conhecida pelos fãs do black metal, coleciona histórias bizarras e macabras. São poucas bandas que batem de frente com as polêmicas do grupo.

 

Mayhem foi fundada na Noruega em 1984 pelos músicos Necrobutcher (baixo), Manheim (batera) e Øystein Aarseth (guitarra – conhecido como Euronymous,  e tendo como principais influências Slayer e Venon, tornando-se aquela que seria uma das principais bandas do cenário black metal norueguês. A banda sofreu algumas alterações, que incluiriam – o vocalista sueco Per “Dead” Ohlin e o batera Hellhammer.

 

 

A mente perturbada de Dead refletia em seus shows – nas apresentações, Dead se cortava com facas e cacos de vidro, acompanhando de corpse paint – a famosa pintura facial mórbida que tantas bandas utilizam – suas roupas eram enterradas e por conta disso ficavam infestadas de pequenos germes. O jovem Dead também carregava consigo uma bolsa contendo um corvo morto para “sentir a essência da morte” junto com ele.

 

Em 8 de abril de 1991, Dead cometeu suicídio. Cortou os pulsos e atirou contra sua cabeça com uma espingarda.

 

Seu corpo foi encontrado pelo guitarrista Euronymous que ao invés de chamar a polícia resolveu fotografar o cadáver e usar as imagens na capa do próximo álbum, no caso, do bootleg Dawn of the Black Hearts (1995) – você pode encontrar esta capa facilmente na internet. Reza a lenda, que Euronymous fez colares com pedaços restantes do crânio, para presentear músicos e amigos.

 

Euronymous em sua loja de discos

 

Em 1993 entra Varg Vikernes (Burzum) para assumir o baixo da banda,  SnorreBlackthorn” a segunda guitarra, e o húngaro Attila Csihar ficou a frente dos vocais. No entanto, Euronymous e Vikernes fornaram-se rivais. Segundo o batera da banda Emperor, Bard Faust em entrevista ao site gringo The Guardian, o lance entre os dois músicos parecia bobo.

 

“Eu acho que havia uma disputa entre eles para definir quem seria mais mau que o outro […]”

 

A rivalidade terminou em assassinato. Na noite de 10 de agosto de 1993, Varg foi ao apartamento de Euronymous discutir sobre alguns contratos. Os músicos acabaram brigando e Varg esfaqueou o guitarra do Mayhem 23 vezes. Varg alegou legítima defesa mas acabou sendo condenado a 21 anos de prisão, dos quais cumpriu 16 em regime fechado. Ganhou liberdade condicional em 2009 e em 2013 voltou a ser preso acusado de planejar um massacre. Foi solto tempos depois e continua com sua banda de black metal, Burzum.

 

Varg Vikernes

 

Banda Mayhem atualmente

 

A banda Mayhem continua seus trabalhos com os músicos Hellhammer (batera), Necrobutcher (baixo), Attila Csihar (vocal), Teloch e Ghul (guitarras), deixando para trás um passado obscuro e bizarro mas segue causando polêmicas, como a recente acusação de nazismo, acarretando no cancelamento de alguns shows da banda, inclusive no Brasil.

 

Segundo promotores de justiça são relatadas “evidências de que integrantes e ex-integrantes da banda estão envolvidos com apologias neonazistas, suicídio, canibalismo e assassinato, além de diversos tipos de violências e discriminações, incluindo queima de igrejas, referências à extrema violência, incitação à mutilação, declarações racistas e antissemitas, entre outros”.

Se você sentiu curiosidade em conhecer um pouco mais sobre a história desta cena musical, recomendo um filme e um documentário:

 

Filmes E Documentários Que Retratam A Cena Norueguesa

 

1. Lord Of Chaos – filme sobre a banda Mayhem já pode ser assistido no Youtube e outras plataformas. O filme cumpriu sua proposta de mostrar a cena Black Metal e os acontecimentos macabros mais conhecidos. A ideia nunca foi de ser uma retratação fiel de tudo que aconteceu, assim como diversos filmes que contam histórias de bandas, sempre há um mix de fantasia e drama. Muitos fãs fiéis podem ter criticado o filme, assim como fez os músicos envolvidos – Necrobutcher, baixista que estava na cena durante todo este tempo e que segue no Mayhem, não gostou nada do filme, disse que a história está longe da realidade vivida pelos jovens naquela época – mas o trabalho final foi bem recebido pela maioria da crítica e é uma maneira de mostrar um pouco desse estilo musical, fazendo com que o público pesquise mais sobre as bandas envolvidas para ter uma ideia formada. As cenas do filme são muito bem feitas, e as interpretações dos atores também é boa. Vale muito a pena reservar 2 horas da sua vida para apreciar essa arte.

 

Capa do Filme Lord Of Chaos, estrelado por Rony Culkin - irmão de Macaulay Culkin
Capa do Filme Lord Of Chaos, estrelado por Rony Culkin – irmão de Macaulay Culkin

 

2. Until The Light Takes Us – O documentário foca em dois dos principais personagens da cena: Fenriz e Varg Vikernes. Fenriz é mostrado no seu dia a dia, enquanto Varg foi entrevistado ainda na prisão. É interessante perceber os diferentes pontos de vista de ambos, contrastantes na maior parte do tempo. O baterista do Darkthrone surge como um indivíduo solitário, enigmático e soturno. Já Varg, dono de um carisma gigantesco, conta a sua versão dos fatos, muitas vezes desmentida pelos outros músicos entrevistados, que o enxergam muito mais como um personagem excêntrico do que qualquer outra coisa.

 

Until The Light Take Us
Capa do premiado documentário – Until The Light Take Us

 

 

 

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