Em 2022, o vocalista da banda de metalcore All That Remains, Phil Labonte, criticou Tom Morello, do Rage Against the Machine, por causa do seu pedal Jim Dunlop Cry Baby Wah.
O equipamento é o mesmo usado pelo guitarrista em todos os álbuns e turnês ao longo de sua carreira. O efeito “wah-wah”, por sinal, é uma das principais características do som e da forma que Morello toca.
Acontece que o modelo específico dele do pedal, que há algum tempo vem sendo comercializado como uma linha signature pela marca por um preço, na época, de US$129.99 (cerca de R$735,00), conta com uma citação do primeiro líder comunista da Rússia, Vladimir Lenin. A frase diz: “Às vezes, a história precisa de um empurrão“. Confira na imagem abaixo:
Em seu site, a Dunlop explica que o acabamento do equipamento é “personalizado com citações escolhidas pelo próprio Tom para destacar a batalha pela justiça à qual ele dedicou seu ofício e carreira”.
Além de Lenin, o músico também escolheu marcar o pedal com a frase “Você não precisa de uma arma quando você já nasceu uma”.
Os argumentos do vocalista do All That Remains
Phil Labonte, que postou uma foto do pedal em seu Twitter e fez uma série de críticas a Tom Morello pela escolha do homenageado, chegou a ligar o guitarrista à exploração de trabalho, sugerindo que ele foi hipócrita e estava se contradizendo ao defender o comunismo enquanto faz isso:
“Quero saber quanto dinheiro Morello ganha com a expropriação capitalista de trabalhadores em países do 3º mundo que fabricam este pedal”, exclamou Phil Labonte na época da postagem.
O vocalista do All That Remains ainda resgatou um momento histórico para embasar seus argumentos. Ele postou uma lembrança do assassinato da família Romanov pelos bolcheviques, que completou 104 anos nesta semana.
Phil Labonte disse que “a morte dessa família foi um dos empurrões”, se referindo à frase de Lenin. Ele ainda arrematou dizendo que “os comunistas são ontologicamente maus”.
Tom Morello já abordou polêmicas sobre posição política
Tom Morello vive se manifestando sobre o assunto, dizendo que quem se ofende com seus posicionamentos no Twitter ou Instagram “não é inteligente o suficiente para entender as músicas que escutou todos esses anos”.
Opinião do Redator
Polêmicas a parte, a verdade é que Tom Morello sempre foi seletivo com suas críticas e posicionamentos contra o “sistema”. Assim como grande parte do meio artístico se cala quando, de alguma forma, é beneficiado.
Corrupção, questões ambientais, sociais e econômicas parecem ser jogadas para escanteio de acordo com quem está no poder. Afinal seriam mesmo “contra” o sistema? Fica a reflexão.
