Ontem, dia 21 de setembro, chegou aos cinemas brasileiros “Som da Liberdade”, um dos filmes mais polêmicos do ano. Esta produção, que fez grande sucesso nos Estados Unidos, é dirigida por Alejandro Monteverde e traz à tona um perturbador caso de tráfico sexual infantil.
Desde o início do ano, os entusiastas do cinema têm acompanhado a agitação em torno de “Som da Liberdade”. Produzido por Mel Gibson, o filme tem impressionado por sua capacidade de atrair público e conquistar ótimos números de bilheteria, tudo isso com um orçamento relativamente modesto, superando inclusive produções de maior orçamento e apelo global. Agora, após sua estreia no circuito nacional, a imprensa finalmente teve a oportunidade de conferir o filme antecipadamente, e o veredicto é claro: “Som da Liberdade” merece todo o reconhecimento que vem recebendo.
O Filme
A trama gira em torno de Tim (interpretado por Jim Caviezel), um policial dos Estados Unidos que atua no departamento de investigação e detenção de pedófilos. Embora tenha orgulho de suas quase 300 prisões bem-sucedidas, Tim fica chocado quando um colega questiona quantas crianças ele conseguiu salvar no mesmo período. Isso o faz perceber que seu trabalho é apenas a ponta do iceberg em um problema de proporções internacionais. A partir da captura de um predador chamado Oshinsky (Kris Avedisian), Tim embarca em uma investigação que leva ao resgate de Miguel (Lucás Ávila), um menino colombiano de 8 anos que estava sendo contrabandeado da fronteira entre os Estados Unidos e o México. Quando descobre que Miguel tem uma irmã, Rocío (Cristal Aparicio), em situação semelhante, Tim se vê incumbido de uma missão de vida: resgatar essas crianças.
Baseado na vida real de Tim Ballard, “Som da Liberdade” é um filme de alta qualidade que aborda de forma inteligente um problema social crítico: a proteção da infância e adolescência.
O filme de Alejandro Monteverde apresenta uma fotografia deslumbrante, composições de câmera impecáveis e uma história impactante e contemporânea, dado que o tráfico humano é uma realidade em muitos países com dificuldades econômicas. É importante ressaltar que, apesar do tema delicado, o filme evita mostrar visualmente abusos infantis ou violência explícita.
Bill Camp
Com um roteiro bem elaborado, “Som da Liberdade” pode muito bem ser indicado ao Oscar 2024, e até mesmo Bill Camp merece atenção como possível candidato a Melhor Ator Coadjuvante. A mensagem final de Jim Caviezel, incentivando o público a comprar ingressos para que outros possam ver o filme, revela que a estratégia tem funcionado, embora “Som da Liberdade” já fosse um filme de grande qualidade por si só. É, sem dúvida, uma obra que merece ser assistida.