Sad Theory: Álbum Léxico Reflexivo Umbral completa dois anos

Sétimo disco da veterana banda de death metal marcou época ao trazer uma abordagem única dentro do metal extremo

 

Sad Theory lançou em 2021 o sétimo álbum da carreira, Léxico Reflexivo Umbral, cuja temática é inspirada na renomada série Black Mirror, veiculada pela Netflix. Disponível em formato físico (em embalagem digipack luxuosa e poster) e também nas plataformas de streaming, o trabalho marcou época por sua abordagem musical única e temática lírica profunda.

O álbum conta com onze músicas autorais, apostando em um som brutal mas que não abre mão da melodia e com letras diferenciadas. A história do Sad Theory é permeada por letras de teor cultural, como o disco A Madrigal of Sorrow, que flertava com “As Flores do Mal”, do poeta francês Charles Baudelaire. O grupo é formado por Claudio “Guga” Rovel (vocal), Aly Fioren (guitarra), Daniel Franco (baixo) e Jeff Verdani (bateria).

Ouça nas plataformas digitais: https://open.spotify.com/intl-pt/album/2zxE5oj7ySrkPS1hYYPo2P


Léxico Reflexivo Umbral

O baixista Daniel Franco traça um paralelo com suas obras anteriores: “O álbum anterior, ‘Entropia Humana Final’, acenava que o fim da humanidade era uma realidade. A humanidade, naquele contexto, é a capacidade do homem de, instintivamente, enxergar a si próprio em outro homem. De compartilhar seus sofrimentos e suas alegrias. De saber que há um elo que os uneO século XX mostrou que tal conceito de humanidade não é capaz de resistir à canetada de um burocrata poderoso. Uma lei pode decretar que seu vizinho é seu inimigo, e que merece morrer. O seu instinto de sobrevivência, então, assume o controle e faz você se transformar no ser inumano que o burocrata desejara”, disserta o músico.

 

O conceito lírico, que se une ao campo musical de Léxico Reflexivo Umbral, se aprofunda: “A interatividade humana atingiu níveis outrora inimagináveis, mas para isso precisou utilizar os avanços tecnológicos como interface, de forma integral, inexorável e irreversível. Tudo o que restou da nossa humanidade é convertido em bits e transmitido por ondas que, eventualmente, chegarão a diversos destinos. Tais avanços, dos quais somos plenamente dependentes, caminhariam em qual direção, num mundo onde a humanidade morreu? É disso que tratamos no nosso sétimo álbum de estúdio. A série britânica Black Mirror, em muitos de seus episódios, mostra a inumanidade, por meio da tecnologia, atingindo diversos paroxismos, de diferentes formas. Tais temas são uma matéria-prima valiosíssima para a negatividade da música extrema, e para o Sad Theory em particular. Assim, utilizamo-nos deles como ponto de partida para as letras”, explica Daniel.

 

 

Música e letras expressam ideias, porém, estas não se resumem ao terreno musical. “Como traduziríamos todo esse pós-apocalipse para o domínio visual? Através de mudanças profundas, radicais. Entretanto, a simbologia mais profunda foi atingida através da arte de Carlos Kolb. A barata tem um significado quase arquetípico. Representa a resiliência, a capacidade de perdurar mesmo sob condições extremas. Ao mesmo tempo, suscita repulsa e nojo, traz a ideia de abandono e sujeira, mau asseio. Assim, nada melhor para simbolizar aquele que, buscando a vida eterna, o poder absoluto e a capacidade de parar o tempo, atingiu seu objetivo e transformou-se num monstro abominável no processo. O aspecto minimalista da arte, com seu fundo branco eterno e implacável, representa, simultaneamente, a perfeição e o vazio, a homogeneidade e a falta das nuances que nos fazem humanos. Mas o elefante no meio da sala, ou seja, aquilo que sobrou de nós, salta aos olhos como nada mais no Universo. O Übermensch de Nietzsche sofreu a metamorfose de Kafka. Bem vindos ao futuro!”, sentencia.

 

Histórico

 

Sad Theory foi estreou no final dos anos 1990 e desde então, foram lançados sete álbuns de estúdio e realizados diversos shows pelo Brasil. O disco de estreia do foi The Lady and the Torch (2002), seguido por A Madrigal of Sorrow (2004). O death metal único do grupo chamou atenção imediata, algo amplificado por apresentações históricas ao lado de W.A.S.P., Vader, Krisiun, Sepultura, Nevermore e Blaze, entre outros.

 

Seguiram na estrada e lançaram outra expressiva obra, Biomechanical (2006), até que abruptamente – ao menos para os fãs – encerraram as atividades. Como nenhuma dor é eterna, o álbum Descrítica Patológica, gravado em 2008, finalmente viu a luz do dia em 2012, marcando o retorno da banda. Na sequência, vieram Vermina Audioclastia Póstuma (2015) e Entropia Humana Final (2017), que deu um passo adiante no som agressivo e único, alicerçado por letras de rara destreza, relatando tragédias humanas, como “Inanição”, que trata do Holodomor, o genocídio ucraniano. O último capítulo dessa jornada, até agora, é Léxico Reflexivo Umbral.

 

 

 

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Foto: Sad Theory/Divulgação

Victor Breithaupt: confira a boa releitura que o músico fez de “School”, do Nirvana

Para os amantes de um Rock de garagem com uma sonoridade bem underground, aqui vai uma boa releitura de um single presente no primeiro álbum do Nirvana, o Bleach (1989): o músico brasileiro chamado Victor Breithaupt escolheu a música School para mostrar seu talento em uma nova versão.

 

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A música ganhou mais intensidade na bateria e um trabalho de guitarra que deixou o som ainda mais intenso e interessante. Para os amantes daquele Garage Rock, sem dúvida, é uma boa releitura para curtir e conferir.

 

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O trabalho mostra o quanto a banda Nirvana segue influenciando músicos no mundo todo. School não é nem de perto dos maiores sucessos da banda, porém, é inegável o quanto a faixa representava para Kurt Cobain, sendo que esteve presente no setlist da banda até seus últimos shows.

 

A faixa tem poucas frases, mas uma energia diferenciada que mostra a frustração de um jovem ao se deparar na vida com os mesmos problemas que enfrentava na escola. Esse desabado de Kurt traz muita intensidade na música e, com certeza, a releitura de Victor Breithaupt conseguiu traduzir tudo isso em música; principalmente na bateria e no bom trabalho de guitarra.

 

Victor Breithaupt apresenta outras boas releituras em seus canais oficiais e vale a pena conferir. Dentre elas está uma ótima e bem Rock and Roll versão de Helter Skelter, bom som dos Beatles.

 

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